sábado, 8 de janeiro de 2011

Filhos teriam enterrado pai vivo para ficar com terreiro




Um crime bárbaro chocou a cidade de Timon, localizada a 450 km de São Luís, nesta quinta-feira, 6. Segundo o delegado Ricardo Freire, da delegacia de Homicídios da cidade, os irmãos Kleiton Sousa Lopes, de 21 anos, e Alexandre Sousa Lopes, de 18 anos, com ajuda de um amigo, identificado como João André, teriam drogado e enterrado o próprio pai, o pai de santo Antônio Carlos Lopes, de 53 anos, em um terreiro de umbanda no último dia 29 de dezembro de 2010.

A polícia chegou até os rapazes na última quinta após o irmão da vítima, José Lopes, perceber o desaparecimento de Antônio. De acordo com o investigador de polícia Hedilberto Régis foi o tio dos irmãos que indicou a localização dos jovens. “Ele (José) procurou a polícia após suspeitar dos jovens”, disse. Os acusados foram encontrados em casa após a investigação da polícia.


O crime


Segundo o investigador Régis, os irmãos Kleiton e Alexandre teriam confessado o crime em depoimento ao delegado Ricardo Freire, mas João André negou participação no fato. De acordo com Régis, o crime teria sido premeditado, pois no último dia 24 de dezembro, véspera de Natal, os acusados teriam cavado uma cova em quarto no terreiro de umbanda de Antônio.

No dia 29 de dezembro, Kleiton e Alexandre, teriam misturado cerca de 20 cápsulas do remédio Diazepam (remédio controlado tarja preta) a um suco e dado ao pai. Antônio tomava medicação controlada porque sofreria de problemas mentais.

De acordo com o investigador de polícia, os dois irmãos teriam atraído Antônio até o terreiro onde ele teria passado mau, desmaiado e teria sido jogado na cova. “Eles (Kleiton e Alexandre) disseram que viram o pai (Antônio) ficar ‘roxo’, enquanto ele passava mau e não fizeram nada”, falou Régis.

João André alegou a polícia não ter participado da morte de Antonio e disse ter apenas cavado o buraco e que não sabia para o que ele seria utilizado.


Achado


O corpo da Antônio foi encontrado já em estado de putrefação enterrado em buraco dentro de um quarto no terreiro de umbanda da família no bairro Parque Piauí, em Timon. De acordo com o médico legista, foi encontrado areia dentro da traquéia da vítima, o que indica morte por asfixia, ou seja, Antônio ainda estava vivo quando foi enterrado.

Os irmãos disseram à polícia que o motivo do crime seria porque ambos eram homossexuais assumidos e que o pai não aceitava a opção sexual dos rapazes. Além disso, o pai teria agredido a mãe dos acusados, Maria da Conceição Sousa. Porém, familiares da vítima disseram à polícia que motivo do crime seria outro. Os irmãos estariam brigando pelos bens do pai, que seriam um terreno, o terreiro de umbanda e uma casa.


Ritual de umbanda


Tanto os acusados como os familiares negaram que a morte de Antônio teria sido fruto de algum tipo de ritual de umbanda. As investigações para elucidar o crime vão ser realizadas pelo delegado Ricardo Freire.

Kléiton, Alexandre e João André foram presos em cumprimento a um mandado de prisão temporário. Os três responderam a acusação pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

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