WASHINGTON (Reuters) - O presidente Barack Obama elogiou o fim da política de banir gays de servir abertamente nas Forças Armadas dos Estados Unidos, dizendo que sua extinção oficial na terça-feira marcava um importante passo em direção a cumprir os ideais de fundação do país.
"Hoje a lei discriminatória conhecida como 'Não Pergunte, Não Conte' foi finalmente e formalmente repelida", disse Obama em um comunicado divulgado pela Casa Branca. "A partir de hoje, americanos patriotas em uniforme não terão mais que mentir sobre quem são a fim de servir o país que amam."
A revogação entrou em vigor na terça-feira, introduzindo uma nova era nas Forças Armadas dos Estados Unidos. A lei permitia que homens e mulheres gays servissem no exército apenas se mantivessem sua orientação sexual em segredo. Eles corriam o risco de serem expulsos se falassem abertamente sobre sua homossexualidade.
Em dezembro passado, Obama assinou uma legislação para repelir a política conhecida como "Não Pergunte, Não Conte", que fora aprovada pelo Congresso e virou lei em 1993 sob a presidência de Bill Clinton.
"Nossas Forças Armadas têm sido tanto um espelho quanto um catalisador daquele progresso, e nossos soldados, incluindo gays e lésbicas, deram suas vidas para defender a liberdade e as liberdades que prezamos como americanos", disse Obama.
"Hoje todo americano pode se orgulhar porque tomamos outro grande passo rumo a manter nossas forças armadas as melhores do mundo e rumo a cumprir os ideais de fundação de nossa nação", acrescentou o presidente.
Sob a política "Não Pergunte, Não Conte", mais de 14.500 pessoas foram expulsas das Forças Armadas desde 1993, segundo a Rede de Defesa Legal dos Membros em Serviço.
Durante anos, grupos de direitos dos gays denunciaram a lei e pediram o seu fim como um importante marco na luta contra a discriminação homossexual.
O Pentágono enviou um memorando destacando que o Departamento de Defesa já havia certificado que o fim da política não prejudicaria a prontidão militar, a coesão da unidade ou o recrutamento e retenção dos membros em serviço.
"A partir de hoje, declarações sobre a orientação sexual ou atos ilícitos de conduta homossexual não serão considerados um impedimento ao serviço militar" ou para a admissão das academias militares e outros programas, escreveu no memorando o subsecretário de Defesa para Pessoal e Preparação Clifforn Stanley.
"Todos os membros de serviço devem tratar uns aos outros com dignidade e respeito, independentemente da orientação sexual", escreveu Stanley, advertindo que "o assédio ou abuso baseados em orientação sexual" não seriam tolerados nas forças armadas.
O Pentágono disse que recrutadores agora estão aceitando pedidos de alistamento de gays.
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