Rio de Janeiro - Mais de quatrocentos bombeiros já deixaram o quartel de Charitas e seguem agora para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde centenas de colegas de farda estão acampados desde o final da semana passada. Amparados por um habeas corpus concedido na madrugada dessa sexta-feira (10) pelo desembargador Cláudio Brandão de Oliveira, os 439 bombeiros começaram a ser soltos durante esta madrugada assim que o alvará de soltura expedido pela juíza Ana Paula Figueiredo chegou ao quartel central dos bombeiros, em Charitas, Niterói.
Os líderes do movimento foram os primeiros a serem soltos. Eles deixaram o quartel da corporação reivindicando anistias criminal e administrativa e agradecendo o apoio recebido pela população durante o período em que estiveram detidos.
Durante toda a madrugada, parentes dos bombeiros presos fizeram vigília no quartel e comemoraram com queima de fogos quando os primeiros começaram a ser libertados. De braços dados, todos cantaram o hino da corporação.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) atribuiu a demora na expedição dos alvarás de soltura a problemas na rede de informática em razão da sobrecarga provocada pela quantidade de documentos a serem expedidos simultaneamente.
Também na noite dessa sexta-feira o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou à Justiça todos os 429 bombeiros presos pela invasão do quartel central. Segundo o MP-RJ, a denúncia foi subscrita pelos promotores de Justiça Leonardo Cuña e Isabella Pena Lucas.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse ontem que para o Executivo fluminense o conflito envolvendo os militares do Corpo de Bombeiros era um assunto encerrado, um episódio já superado, mas que, do ponto de vista administrativo, o comando da corporação iria abrir um procedimento disciplinar para avaliar caso a caso.
Na avaliação do governador, o diálogo deve sempre prevalecer e a hierarquia e o Estado de Direito devem ser respeitados, o que não aconteceu na sexta-feira passada (3,) quando centenas de bombeiros ocuparam o quartel central da corporação exigindo melhores salários.
“Eu acho que houve uma situação completamente fora do Estado Democrático de Direito. Mas eu tenho certeza absoluta de que esse é um episódio que já está superado, que a hora é de olhar para a frente e de retomar a rotina dos serviços públicos", disse Cabral
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