terça-feira, 24 de abril de 2012

PT indica mineiro Odair Cunha para relator da CPI do Cachoeira


O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, anunciou nesta terça-feira (24) que o deputado Odair Cunha (PT-MG) será o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar o envolvimento de políticos e empresários com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, apontado como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e preso em fevereiro pela Polícia Federal.
Advogado, Cunha cumpre o terceiro mandato consecutivo como deputado é o vice-líder do governo na Câmara. O PT tem a prerrogativa de escolher o relator por ter a maior bancada de deputados. A presidência da CPI mista caberá à bancada do PMDB no Senado, que na semana passada indicou para o posto o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
O partido indicou ainda os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Cândido Vaccarezza (PT-SP), em princípio como integrantes titulares, e Dr. Rosinha (PT-PR), Luiz Sérgio (PT-RJ) e Sibá Machado (PT-AC), em príncípio como substitutos. Mas o partido ainda vai definir entre os cinco quem será suplente e quem será titular.
O prazo regimental para a indicação dos integrantes pelos partidos termina nesta terça. À noite, os nomes dos 32 titulares e 32 substitutos serão lidos em sessão do Congresso. A instalação da comissão, que permitirá o início dos trabalhos, está prevista para esta quarta (24).
A primeira reunião da CPI deve ocorrer nesta quarta, quando os integrantes deverão fechar um cronograma de trabalho, que será conduzido pelo presidente Vital do Rêgo.
A CPI terá seis meses para investigar os fatos, mas o período pode ser prorrogado. Uma comissão de inquérito tem poderes para pedir quebra de sigilos fiscal e telefônico. Ao final, um relatório sobre a investigação será encaminhado para o Ministério Público Federal, que poderá tomar medidas judiciais cabíveis nas áreas cível ou criminal.
O texto de requerimento da CPI, apoiado por 396 deputados e 72 senadores, diz que a comissão irá investigar "práticas criminosas desvendadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos Augusto Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e privados".
Além das relações com políticos e autoridades, a PF apontou ligação de Cachoeira com a construtora Delta, uma das empresas com mais contratos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe dos investimentos em infraestrutura do governo federal.
Indícios de tráfico de influência nas contrataçõoes e suspeitas de irregularidades nas obras levaram a Controladoria-Geral da União a abrir processo para declarar a empresa inidônea, o que pode impedi-la de firmar novos contratos com o governo.

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