O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, anunciou nesta terça-feira (24) que o
deputado Odair Cunha (PT-MG) será o relator da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) criada para investigar o envolvimento de políticos e
empresários com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, apontado como chefe de
uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e preso em fevereiro pela Polícia
Federal.
Advogado, Cunha cumpre o terceiro mandato consecutivo como deputado é o
vice-líder do governo na Câmara. O PT tem a prerrogativa de escolher o relator
por ter a maior bancada de deputados. A presidência da CPI mista caberá à
bancada do PMDB no Senado, que na semana passada indicou para o posto o senador
Vital do Rêgo (PMDB-PB).
O partido indicou ainda os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Cândido
Vaccarezza (PT-SP), em princípio como integrantes titulares, e Dr. Rosinha
(PT-PR), Luiz Sérgio (PT-RJ) e Sibá Machado (PT-AC), em príncípio como
substitutos. Mas o partido ainda vai definir entre os cinco quem será suplente e
quem será titular.
O prazo regimental para a indicação dos integrantes pelos partidos termina
nesta terça. À noite, os nomes dos 32 titulares e 32 substitutos serão lidos em
sessão do Congresso. A instalação da comissão, que permitirá o início dos
trabalhos, está prevista para esta quarta (24).
A primeira reunião da CPI deve ocorrer nesta quarta, quando os integrantes
deverão fechar um cronograma de trabalho, que será conduzido pelo presidente
Vital do Rêgo.
A CPI terá seis meses para investigar os fatos, mas o período pode ser
prorrogado. Uma comissão de inquérito tem poderes para pedir quebra de sigilos
fiscal e telefônico. Ao final, um relatório sobre a investigação será
encaminhado para o Ministério Público Federal, que poderá tomar medidas
judiciais cabíveis nas áreas cível ou criminal.
O texto de requerimento da CPI, apoiado por 396 deputados e 72 senadores, diz
que a comissão irá investigar "práticas criminosas desvendadas pelas operações
Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos
Augusto Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira, e agentes
públicos e privados".
Além das relações com políticos e autoridades, a PF apontou ligação de
Cachoeira com a construtora Delta, uma das empresas com mais contratos no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe dos investimentos em
infraestrutura do governo federal.
Indícios de tráfico de influência nas contrataçõoes e suspeitas de
irregularidades nas obras levaram a Controladoria-Geral da União a abrir
processo para declarar a empresa inidônea, o que pode impedi-la de firmar novos
contratos com o governo.
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