SÃO LUÍS - Motoristas, cobradores e fiscais que atuam no sistema de transporte público de São Luís decidem nesta quarta-feira (9), detalhes da greve da categoria. Em assembleia agendada para as 16h, no Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA), na rua Afonso Pena, no Centro, os rodoviários decidirão qual a data da paralisação que, desta vez, será por tempo indeterminado, conforme promete o sindicato.
De acordo com o presidente do sindicato, Dorival Sousa, a greve é necessária, pois os empresários do setor de transporte da capital, representados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), se recusam a atender as reivindicações dos rodoviários. Motoristas, cobradores e fiscais de coletivos querem um reajuste salarial de 16%, tíquete-alimentação de R$ 450,00 e inclusão de mais um dependente nos planos de saúde e odontológico.
Segundo o presidente do STTREMA, a justificativa, apresentada pelos empresários nas últimas rodadas de negociações, de que eles não têm condições financeiras para conceder o reajuste não é aceitável. "Nós não podemos ficar à mercê dos empresários, que alegam não ter condições financeiras de conceder o reajuste e mesmo assim continuam operando o sistema de transporte", pontuou Sousa.
Ele frisou que existe necessidade de concessão do reajuste salarial e outros benefícios por causa das condições de trabalho dos rodoviários. "Nós temos uma jornada de trabalho estressante. Trabalhamos de domingo a domingo sem nos pagarem hora extra e em ônibus precários", avaliou Dorival Sousa.
Sem condições
Na manhã de ontem, o superintendente do SET, Luis Cláudio Siqueira, reiterou que os empresários não têm condições de atender as reivindicações dos rodoviários por causa de dificuldades financeiras. De acordo com Siqueira, os dois anos que passaram sem reajuste no valor das tarifas de coletivos de São Luís; o reajuste salarial de 8% conseguido pelos rodoviários no ano passado; o aumento nos custos dos insumos, como combustíveis e as peças dos ônibus, a fraude nas gratuidades e a atuação dos transportes clandestinos são fatores que estão causando prejuízos financeiros aos empresários do setor e, por isso, eles estão impossibilitados de conceder o reajuste salarial pretendido pelos rodoviários. "Por isso, o consenso entre as duas partes é difícil", analisou o superintendente do SET.
Enquanto a situação entre patrões e empregados continua indefinida, a população ludovicense vive a iminência de uma greve. "No fim de tudo isso, vai acabar sobrando para a gente, já que é capaz de ter um aumento de passagem", afirmou a empregada doméstica Ana Maria dos Santos.
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) se absteve de tratar da situação. Em nota, o órgão informou que a negociação entre patrões e empregados compete somente às partes envolvidas, cabendo à secretaria, portanto, o acompanhamento das negociações para resguardar os interesses da população
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